Estudo sobre Apocalipse 6
Agora,
João inicia a descrição da primeira metade da 70a semana de Daniel (Dn 9:27), o
período de sete anos d a tribulação. O Cordeiro pegou o livro selado (o
documento de comprovação de seu direito sobre a criação) e está para abrir os
selos e declarar guerra ao mundo ímpio. A cada selo que se abre no céu, algo importante
acontece na terra. Certifique-se de comparar esses selos com o que Cristo
ensina sobre o fim dos tempos, conforme Mateus 24.
I.
O primeiro selo: o anticristo assume
o
poder (6:1-2)
Cada
um dos seres viventes que estão diante do trono (4:6-11) chama em voz alta o
cavalo e o cavaleiro com a palavra de comando: "Vem!", quando da
abertura dos quatro primeiros selos. O primeiro cavalo é branco, e seu
cavaleiro recebe um arco e uma coroa. Não confunda esta cena com a descrita em
Apocalipse 19:11, em que Cristo cavalga em vitória. Não, nessa passagem, o cavaleiro
é o anticristo, o falso Cristo, que inicia sua conquista da terra. O fato de
ele receber um arco, mas j não flechas indica que ele conquista as nações de
forma pacífica. Abre-se o caminho para o movimento triunfal do anticristo após o
arrebatamento da igreja (2 Ts 2). Como ele unirá a Europa e fará um pacto
com os judeus, reinará uma falsa paz temporária (1 Ts 5:2-3). Essa passagem faz
paralelo com Mateus 24:5 e cumpre a profecia de Cristo relatada em João 5:43.
II.
O segundo selo: a guerra (6:3-4)
A
paz mundial não durará muito, arrebentarão guerras terríveis, enquanto os
homens dizem que estão "em paz e em segurança". Isso faz paralelo com
Mateus 24:6-7. Associa- se a cor vermelha ao medo e à carnificina. Em
Apocalipse, temos o cavalo vermelho de guerra (6:3-4), o dragão vermelho (12:3)
e a besta escarlate (1 7:3). Veja que Deus deu autoridade ao anticristo para
acabar com a paz na terra; isso faz parte do plano divino. O anticristo troca
seu arco sem flechas por uma grande espada, e os homens começam a matar uns aos
outros. Isso indica rom. clareza que os métodos de acordos internacionais e
diplomáticos não trarão paz duradoura.
III.
O terceiro selo: a fome (6:5-6)
Em
geral, a fome e a guerra andam juntas; veja Mateus 24:7. A cor preta faz pensar
em fome; veja Jeremias 14:1-2 e Lamentações 5:10. O cavaleiro (ainda o
anticristo) segura uma balança na mão, o que indica que- seu governo
estabelecerá o racionamento de alimento. Uma medida de trigo custava cerca de
um quarto de centavo, e o trabalhador recebia um centavo por dia de trabalho. Em
outras palavras, o alimento será tão escasso que a pessoa precisará trabalhar
um dia inteiro para comprar apenas um quarto de quilo de grão! Todavia7 observe
que hão há escassez de azeite e de vinho para os ricos. O rico fica mais rico e
usufrui dos luxos; o pobre fica mais pobre e mal consegue se alimentar. Isso
indica que fracassarão todos os métodos usados pelo homem para suprir mesmo as
necessidades básicas da vida. Vale a pena registrar que o grão, o azeite e o
vinho eram os principais produtos de Israel (Os 2:8). O anticristo quererá
proteger os tesouros israelitas, já que fará um acordo com eles.
IV.
O quarto selo: a morte (6:7-8)
A
palavra "amarelo" sugere a cor do leproso (Lv 13:49;
"esverdinhada"). A Morte cavalga esse cavalo, e o Hades a segue. A
morte reivindica o corpo, e o Hades, a alma. Deus dá-lhes autoridade para matar
um quarto da população da terra! Para isso, serão usados quatro métodos: a
espada (violência e guerra); a fome e as feras (a natureza assumirá o comando
quando a civilização cair). Leia Ezequiel 14:21 para fazer o paralelo. Até as
feras estarão famintas e atacarão os seres humanos! Após o arrebatamento da
igreja, um julgamento terrível aguarda o mundo que rejeitou a Cristo! Veja Mateus
24:7.
V.
O quinto selo: os mártires (6:9-11)
Os
sacerdotes do Antigo Testamento derramavam o sangue do sacrifício na base do
altar (Lv 4:7); nessa passagem, testemunhamos as almas dos mártires sob o altar
celestial, já que o sangue diz respeito
à vida (ou à alma; Lv 1 7:11). Ainda não fora vingado o assassinato deles.
Esses santos martirizados oram por vingança; veja Salmos 74:9-19, 79:5 e
94:3-4. Nessa era, realmente recomenda-se que os santos orem por seus
perseguidores. Cristo, Estêvão e Paulo fizeram isso (Lc 23:34; At 7:60; 2 Tm 4:16).
Todavia, esse será um tempo de julgamento em que Deus responderá às orações por
libertação e por vingança feitas por seu povo. Afinal, Deus está julgando o
mundo, enquanto eles oram, portanto a oração deles está de acordo com a vontade
do Senhor. Isso faz paralelo com Mateus 24:9. Deus promete-lhes que responderá
a suas orações, porém mais irmãos morrerão antes de isso acontecer. Apocalipse
12:11, 14:13 e 20:4-5 registram a morte de outros irmãos. Moisés e Elias
estarão entre os mortos, duas testemunhas do Senhor que ainda ministram na terra
(11:1 -7). Apocalipse 20:4 indica que esses mártires do período da tribulação
serão ressuscitados a fim de reinar durante o milênio.
VI.
O sexto selo: o caos mundial (6:12-17)
Essa
passagem faz paralelo com Lucas 21:25-26; veja também Joel 2:30-31, 3:15 e
Isaías 13:9-10, 34:2-4. Apocalipse menciona três terremotos (6:12; 11:13; 16:18-19).
Não há dúvida de que são terremotos reais; porém, junto com eles virão
perturbações na terra e no céu que amedrontarão os grandes e os pequenos. Alguns
estudiosos acham que esses versículos descrevem os efeitos de um ataque
atômico, com o escurecimento do sol e da lua, o movimento de grandes massas de
terra, e as pessoas escondendo-se em buracos do chão para escapar da radiação atômica.
Isso é possível; no entanto, temos de fazer a observação de que as pessoas se
escondem de Cristo e, em especial, de sua ira, não de alguma catástrofe
artificial.
O
versículo 15 é uma descrição vivida de como será a vida nos primeiros três anos
e meio da tribulação. Os reinos serão revividos. A tendência atual em direção à
democracia e ao nacionalismo mudará. Veja 16:12-14. O anticristo governará
sobre "os Estados Unidos da Europa", o Império Romano revivido, com
uma série de reis subalternos que o seguem (1 7:12-14). O militarismo será
outra coisa característica do período de tribulação: haverá
"comandantes". Esse é um título romano que significa "tribuno militar"
e está totalmente de acordo com o Império Romano revivido, do anticristo. A
escravidão ("escravo") estará presente nesse período; veja 18:13, em
que "escravos e até almas humanas" estão entre as mercadorias babilônias.
Grande riqueza coexistirá
com muita miséria, e essa redistribuição das riquezas arruinará a economia das
nações. Assim, parece que o sexto selo envolve destruição física real no céu e
na terra, como também o abalo dos sistemas econômico e político das nações.
Tudo isso tornará mais fácil para o anticristo estender seu governo.
Dessa
forma, as pessoas da terra saberão que Cristo envia seu julgamento, no entanto
não receberão a ele! Eles preferirão, antes, se esconder nas pedras que na
Pedra. Esses três primeiros anos serão uma mera preparação para o último
período da tribulação, que será conhecido como "a cólera de Deus"
(veja 11:18; 12:12; 14:10; 18:3; etc.). Há uma pausa
entre o sexto e o sétimo selos (bem como entre a sexta e a sétima trombeta;
10:1— 11:13), em que são apresentados os dois grandes grupos de redimidos que
se salvarão durante o período da tribulação. Em suma, o anticristo inicia sua carreira como
um conquista dor político pacífico, depois recorre à guerra e ao controle
econômico para dominar as outras nações. O mundo rejeitou o Príncipe da Paz, Jesus
Cristo, por isso aceitará a falsa paz do anticristo.
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