Estudo sobre Apocalipse 18

Estudo sobre Apocalipse 18
Esse capítulo apresenta a Babilônia comercial, e esta representa o grande sistema global dos últimos dias. É evidente que a religião babilônia (a igreja apóstata) terá um papel importante na economia das nações. O colapso desse sistema religioso é o início do fim do império da besta, embora ela ainda tenha mais três anos e meio de reinado. É reconfortante ler Apocalipse 17:1 7 e perceber que todas essas coisas consumam a Palavra de Deus! Nesse capítulo, observe quatro vozes distintas:

I. A voz de julgamento (18:1 -3)

Esse anjo comunica a queda da Babilônia, evento esse que já fora anunciado (14:8 e 16:19). A repetição "Caiu! Caiu" sugere o julgamento duplo (a Babilônia religiosa e a comercial), como também a afirmação (v. 6) de que receberá "em dobro" por seus pecados. Por fim, essa "grande cidade" (v. 10), o centro do sistema econômico mundial, receberá o que merece das mãos de Deus. Ela tornou-se a moradia de demônios (veja Ef 2:22, em que a igreja é a habitação do Espírito) e o refúgio de espíritos imundos (veja 16:13-14). Muitas vezes, retrata- se Satanás como uma ave (Mt 13:4,19,31-32). O versículo 3 indica que a Babilônia influencia as nações da terra da mesma forma que o vinho faz com os bêbados. Todavia, essa cidade deixou as nações ricas, e isso é tudo que lhes interessa.

II. A voz da separação (18:4-8)

Deus tem dois motivos para querer que suas pessoas saiam dessa cidade: (1) a cidade será destruída, e ele quer salvar os seus; (2) a cidade é satânica, e ele não quer que elas se contaminem. O chamado do Senhor para seu povo sempre foi "Retiraivos", pois salvação significa separados do mundo para o Senhor (2 Co 6:14ss). O mundo glorifica a si mesmo (v. 7); o cristão procura glorificar a Deus. O mundo vive para "as delícias do pecado", e o cristão, para os prazeres de Cristo. No versículo 7, veja o orgulho da Babilônia: "Estou sentada como rainha. [...] Pranto, nunca hei de ver"! Todavia, o versículo 8 indica que, um dia, ela trocará suas alegrias por sofrimento, e suas riquezas, por fome! Aqui, há uma lição para o povo de Deus de hoje: "Não te tornes cúmplice de pecados de outrem" (1 Tm 5:22; também Jr 51:9).

III. A voz de lamúria (18:9-19)

Há dois grupos que lamentam a queda da Babilônia: os reis (vv. 9-10) e os mercadores da terra (vv. 11 -19). Eles "se prostituíram" com a Babilônia ao rejeitar o Deus verdadeiro para seguir ídolos, em especial o dinheiro. Eles venderam a alma em troca de riquezas. Agora, chega ao fim a vida de luxo. Nos versículos 10, 1 6 e 19, observe a repetição "Ai! Ai!". A Babilônia é julgada em "um só dia" (v. 8) e "em uma só hora" (vv. 10,19).

Por que os mercadores e os reis pranteiam? Porque acabou o comércio deles. Os versículos 12-13 mencionam as grandes riquezas do comércio que incluem "escravos e até almas humanas". Nos últimos dias, a escravidão aumentará, pois Satanás sempre quis escravizar a alma e o corpo do homem. Os ricos ficarão mais ricos, e os pobres, mais pobres. O luxo e a necessidade serão destruídos quando Deus julgar a Babilônia. A indústria naval falirá com a destruição dos navios. As pessoas mundanas dependem desse sistema econômico para cuidar delas, protegê-las e satisfazê-las, mas, no fim, não disporão dele.

IV. A voz de regozijo (18:20-24)

Os homens mundanos nunca tiveram o mesmo ponto de vista do povo de Deus. O céu regozijou-se quando Satanás foi expulso de lá, mas a terra lamentou (12:10-12). E, mais uma vez, o céu regozija-se com a destruição da Babilônia, mas a terra lamenta.

O principal motivo para o regozijo do céu é que Deus vingou o sangue dos mártires. O sistema babilônico é satânico e, desde o início (Gn 4), responsável pelo martírio do povo fiel do Senhor. Em Apocalipse 6:9-11, as almas sob o altar perguntaram: "Até quando, ó Soberano Senhor?". Agora, a oração delas é respondida: Deus vinga o sangue delas. Veja Romanos 12:19.

O lançamento da pedra de moinho indica a rapidez do julgamento do Senhor sobre o império da besta. Alguns estudiosos vêem o retorno de Cristo, a Pedra Ferida (conforme relato de Dn 2:34-35,44-45), nessa pedra de moinho. Cristo retornará para destruir as obras do mundo, exatamente quando este pensa que seu desempenho está perfeito. Observe a repetição do termo "jamais" nesse capítulo; leia Jeremias 25:9-11. O homem não pode fazer nada para mudar as coisas, quando Deus diz "Jamais!". Leia também Jeremias 51. Assim, vimos a destruição do império religioso e econômico da besta. A única coisa que falta é Cristo destruir seus exércitos, e no capítulo 19 veremos isso acontecer.